O evento, aberto ao público, têm como objetivo reunir profissionais da saúde, entidades representativas e a população, para discutirem a situação, considerada pela entidade como alarmante - de acordo com o Cremal, 50 mil crianças desaparecem por ano no país e apenas metade deste número consegue retornar ao lar.
O seminário é uma iniciativa do Conselho Federal de Medicina (CFM), com apoio do Cremal, e contará com a presença de autoridades no assunto. Iniciando às 9h30, o painel principal colocará em pauta o tema "políticas públicas: análise e propostas". Entre os participantes, Eliana Vendramini, promotora de justiça e coordenadora do Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (Plid) do Ministério Público de São Paulo; Ivanise Esperidião, presidente da ONG Mães da Sé; e Paula Peixoto junto a Ricardo Paiva, representando a Comissão de Ações Sociais do CFM. Logo após, às 10h30, representantes de entidades, como o Ministério Público do Estado e o Programa de Identificação e Localização de Pessoas Desaparecidas de Alagoas, irão expor a visão das instituições públicas sobre a subtração de crianças em todo o país. Ao final do seminário também haverá espaço para o debate com o público presente.
Em entrevista à Rádio Gazeta, o presidente do Cremal, Fernando Pedrosa, explicou a importância de se discutir o tema através dos eventos propostos pelo CCFM ao redor do país. "Não sabemos responder qual é o problema, de onde vem o problema e qual é a ação que precisa ser feita. Essa questão foi levantada ao Conselho Federal, e o Conselho Federal vem realizando seminários em vários estados", disse, "e a sociedade alagoana e aquelas pessoas que estiverem interessadas no assunto especificamente; venham comparecer para tentar ver conosco e buscarmos soluções para minimizar este drama, que é um drama social muito importante".
Ao ser perguntado sobre os índices de crianças alagoanas subtraídas para outros estados ou países, Fernando afirmou não contar com os dados no momento, apesar de ter procurado sem obter sucesso. "A Secretaria de Segurança nos informou que está sendo implantado um novo sistema de informação e que por conta disso no momento não têm nenhum dado para nos repassar sobre esta situação", revelou o presidente, "e isso é uma das coisas que a gente têm de estar reivindicando: a gente precisa ter um sistema ativo de informação e divulgação".
"Existem várias coisas: a subtração dos seus lares para o crime organizado, incluindo aí o tráfico de drogas; crianças que podem ser atraídas por presentes, para servir de 'avião'; até mesmo - é uma coisa que é preocupante - crianças que podem estar sendo subtraídas para retirada de órgãos e implante em algum local deste país", continuou o médico alertando sobre as contextos em que menores de idade comumente desaparecem no Brasil. "Nós precisamos conhecer e coibir estas ações com trabalhos de educação aos pais e com trabalho social, ligado à atividade social, quando estas crianças são cooptadas pelo crime organizado".
A entrada no V Seminário sobre Crianças Desaparecidas é gratuita e para participar é preciso se inscrever no site do Conselho Federal de Medicina ou na sede da Cremal de forma presencial. Para aqueles que pretendem se inscrever no dia do evento é recomendável que se chegue pelo menos 30 minutos antes do início das palestras.
Fonte: Gazeta Web