Campinas (SP) registrou 294 casos de desaparecimento de janeiro a junho deste ano, de acordo com dados obtidos pela EPTV com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP) pela Lei de Acesso à Informação. No estado de São Paulo, foram 11,4 mil boletins de ocorrências registrados por famílias que procuram algum parente, o que equivale a duas pessoas desaparecidas por hora. Limeira (SP) e Piracicaba (SP) reúnem 89 e 109 casos, respectivamente, no mesmo período.
O delegado do Setor de Homicídio e Proteção à Pessoa (SHPP) de Campinas (SP), Rui Pegolo, afirmou que qualquer pessoa pode registrar um boletim de ocorrência de desaparecimento sem esperar nenhum prazo. De acordo com o titular, a Polícia Civil investiga cada caso, mas nem todos viram inquérito.
“Estatisticamente, dois terços dos desaparecidos retornam depois de um tempo. Um terço requer uma investigação mais centralizada da Polícia Civil, que acontece aqui no Setor de Homicídios”, disse o delegado.
A Autoban, concessionária que administra as rodovias Anhanguera e Bandeirantes, desenvolve um trabalho há dez anos em parceria com uma ONG para divulgar fotos de pessoas desaparecidas no recibo dos pedágios. “Nós já tivemos jovens que entraram em contato com as famílias por conta desse trabalho”, disse a gestora de comunicação da empresa, Marta Calha.
Drama
O pai da cabeleireira Milena Schimidt está desaparecido desde o dia 6 de janeiro. A família, moradora de Hortolândia (SP), sofre com a angústia de não ter nenhuma notícia. O ex-policial militar Nelson Schimidt sofre de esquizofrenia há 13 anos, disse que sairia para dar uma volta e não voltou mais.
“Cada dia parece que a gente sofre de um jeito. Tem dia que dói mais, tem dia que dói, mas cada dia é uma dor”, afirmou Milena.