Ressaltando que é um problema social, Henrique Batista e Silva destacou que a entidade debruça-se sobre o tema desde 2011, promovendo encontros e campanhas em todo o país. “O problema das crianças desaparecidas é uma grande chaga social, uma dor social. Grande parte delas é utilizada para fins ilícitos e perniciosos como a adoção ilegal e exploração sexual e do trabalho”, afirmou. “Estamos muito preocupados”, admitiu.
Henrique Batista e Silva foi um dos palestrantes do Seminário sobre Crianças Desaparecidas promovido nesta sexta pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers), em Porto Alegre. Segundo ele, o Conselho Federal de Medicina tem várias propostas. “Uma delas é que a criança ao nascer já tenho o registro e fotografia, com todos dados”, citou.
“Precisamos ainda um cadastro atualizado de desaparecidos e de uma lei mais rigorosa para evitar a impunidade nesses casos”, complementou. Henrique Batista e Silva entende que o enfrentamento do problema necessita da união e determinação de toda a sociedade, com ações efetivas para reverter a problemática.
Já o presidente do Cremers, Fernando Weber Matos, acredita que o Conselho Federal de Medicina está “fazendo uma verdadeira caravana pelo país tentando a sensibilização das autoridades”. Para ele, o engajamento na luta contra o problema também passa pela família. “Cuide melhor de seu filho e tenha atenção redobrada com ele”, recomendou. “A família tem que se conscientizar de cuidar mais de seus filhos”, acrescentou.
Conforme levantamento do Cremers, quase mil crianças e adolescentes foram dadas como desaparecidas este ano no Rio Grande do Sul. Em Porto Alegre foram 300 casos em três meses, sendo que 25% desses menores permaneciam desaparecidos. Os dados foram contabilizados entre o dia 1° de janeiro até o 31 de março deste ano pela Departamento Estadual da Criança e do Adolescente (Deca) da Polícia Civil.
Fonte: Correio do Povo