Depois do fatídico dia em que a criança de três anos desapareceu, Wang e a mulher, Liu Dengyin, fizeram tudo o que puderam para a tentar encontrar. Contactaram a polícia, colaram cartazes com a fotografia da menina pelas ruas, dirigiram-se a todos os hospitais e lares dos arredores, colocaram anúncios nos jornais, e, nos últimos anos, lançaram apelos nas redes sociais. Sem qualquer sucesso.
O casal, que tem outra filha, nunca saiu de Chengdu, na esperança de que a criança encontrasse o caminho de volta para eles, conta o jornal chinês People’s Daily.
Há três anos, Wang tornou-se taxista na esperança de que o seu novo emprego o pudesse ajudar a encontrar Qifeng. Colocou um cartaz na janela traseira do táxi a alertar para o desaparecimento da filha e distribuiu cartões a todos os passageiros que transportou. Como não tinha uma foto da criança, usou uma imagem da outra filha por serem muito parecidas.
De acordo com a BBC, o homem terá contado a sua história a mais de 17 mil pessoas e chamou a atenção da imprensa chinesa. “Nunca me darei por vencido”, disse Wang nas várias entrevistas que deu. “O meu maior desejo é que um dia a minha filha se sente no meu carro e grite: pai.”
No início deste ano, um agente da polícia leu a história de Wang e da família e desenhou um retrato de robot de Qifeng em adulta. A imagem foi difundida nas redes sociais e tornou-se viral.
Do outro lado do país, uma mulher chamada Kang Ying viu a imagem e ficou surpreendida por se rever nela. Contactou a política, fizeram testes de ADN e o resultado chegou no Domingo de Páscoa. Esta rapariga era a filha de Wang e Dengyin desaparecida há quase um quarto de século,
A jovem, que tem dois filhos, viajou até Chengdu nesta terça-feira. A imprensa chinesa mostra imagens do encontro emocionante entre pai, mãe e filha. “Não posso dizer quanta esperança, desilusão e desespero vivemos nos últimos 24 anos. Agora, finalmente, podemos voltar a encontrar-nos”, declarou Wang ao Beijing Youth Daily.
Fonte: Publico.pt