Quarta, 31 Janeiro 2018

Mais de 43 mil brasileiros foram resgatados de trabalho escravo nos últimos 14 anos

Quase 78% dessas pessoas são negras

Das mais de 43 mil pessoas resgatadas, 77,28% eram negras, pardas ou indígenas


Domingo, dia no qual se comemorou o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, o Ministério Público do Trabalho (MPT), em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou que, entre 2003 e 2017 43.428 pessoas foram resgatadas em situações análogas a escravidão no Brasil.

Entre os resgatados, 77,28% são negros, pardos ou indígenas, 94,89% são homens e 72,56% são analfabetos ou têm até o 5° ano incompleto. Nesta semana, declarada Semana Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, o Ministério do Trabalho vai promover diversas ações de conscientização sobre o tema. O objetivo é sensibilizar a população e incentivar a erradicação do trabalho escravo.

“As atividades programadas incluem a distribuição de material sobre o assunto e a realização de simpósios, painéis e manifestações nas redes sociais”, informou o Ministério, por meio da assessoria de imprensa.

A data – O Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo foi criado em 2009 para homenagear os auditores fiscais do Trabalho Erastóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva e o motorista Ailton Pereira de Oliveira, assassinados em 28 de janeiro de 2004, durante vistoria para apurar denúncias de trabalho escravo em fazendas de Unaí, em Minas Gerais, em um episódio que ficou conhecido como Chacina de Unaí.

Escravidão moderna - A escravidão moderna ocorre quando uma pessoa controla a outra, de tal forma que retire dela sua liberdade individual, com a intenção de explorá-la. Entre as formas de escravidão estão o tráfico de pessoas, trabalho infantil, exploração sexual, recrutamento de pessoas para conflitos armados e trabalho forçado em condições degradantes, com extensas jornadas, sob coerção, violência, ameaça ou dívida fraudulenta.

Durante palestra em Londres na última quarta-feira (24), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, reconheceu que há tráfico de trabalhadores no território nacional, principalmente para serem escravizados em empreendimentos rurais remotos. Segundo ela, a escravidão rural atinge predominantemente os brasileiros, enquanto a escravidão urbana atinge mais os estrangeiros, na sua maioria bolivianos.


Fonte: O São Gonçalo

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