A Polícia Civil informou que as três ossadas humanas encontradas dentro da cisterna de uma chácara na região do bairro Monte Cristo, zona Rural de Boa Vista, na quinta-feira (4), possam pertencer a dois adolescentes e um caseiro que trabalhava para um preso, apontado como suspeito dos homicídos.
A investigação foi motivada pelo desaparecimento dos adolescentes Ítalo Pereira da Silva e Deyslon Dylan Soares de Lima, ambos de 17 anos, que estão sumidos desde o dia 11 de dezembro de 2017.
No dia 29 de dezembro a Justiça expediu um mandado de busca e apreensão na chácara do suspeito, identificado como Domingos Macedo Brito Filho, o 'Domigão', de 56 anos. Ele foi conduzido a delegacia para prestar esclarecimento, mas negou os homicídios.
A ação contou com apoio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Grupo de Resposta Imediata (GRI), Departamento de Operações Especiais da Policia Civil (Dopes), Delegacia Geral de Homicídios (DGH) e Corpo de Bombeiros.
Adolescentes desaparecidos - Segundo a delegada Mirian Di Manso, responsável pelo Núcleo de Pessoas Desaparecidas, um dos garotos havia furtado um fogão e uma geladeira na região onde as ossadas foram encontradas.
"Ouvimos algumas testemunhas e conseguimos elucidar o fato do furto e recuperar os objetos. Com isso chegamos a suspeita de quem seria o autor crime, pois já tínhamos a localização e a motivação, que no caso seria o 'Domigão', disse.
Domingos Macedo Brito Filho, de 56 anos, foi preso em 1996 acusado de assasinar quatro pessoas. Ele foi condenado a 76 anos de prisão e está há sete anos no regime semiaberto. Atualmente cumpre pena no Centro de Progressão de Pena (CPP), segundo informou a delegada Di Manso.
Ossadas encontradas - O titular da Delegacia Geral de Homicídios (DGH), Cristiano Camapum, que também particiou das investigações, informou que a ossada humana de pelo menos três pessoas foram encontradas na cisterna. A suspeita é que o terceiro corpo possa ser de um funcinário de Domingos que também está desaparecido.
O poço, de aproximadamente quatro metros, estava sem água, distante da chácara e oculto pela vegetação. "Há grandes indícios de que a cisterna foi construída para ocultar cadáveres", disse Camapum.
O delegado relatou ainda que o caso não tem relação com o sete presos desaparecidos desde abril do ano passado na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, mas acredita que o local é usado para execuções.
Investigação continua - Após serem encontradas as ossadas humanas, todas elas foram levadas ao Instituto Médico Legal (IML) para a realização da perícia e identificação. A delegada Mirian Di Manso acredita que a identificação seja feita por meio do exame de DNA devido ao avançado estado de decomposição dos corpos. Segundo a Polícia Civil, as investicações continuam.
Fonte: G1