Quinta, 23 Novembro 2017

Paranaguá registra três adolescentes desaparecidas neste mês

Em uma pesquisa rápida realizada no sistema da Secretaria de Estado de Segurança Pública do Paraná, é possível notar que em Paranaguá há 35 adolescentes desaparecidos, entre 12 e 17 anos. Entre eles, três meninas com as quais os pais perderam contato neste mês de novembro. Já na busca por crianças, abaixo de 12 anos, nada é observado.

É válido ressaltar que isso não significa que todos os jovens desaparecidos na cidade já não tenham sido encontrados. Isso acontece porque depois de localizados, muitas vezes, a família não comunica as autoridades policiais sobre o retorno das pessoas. Por isso é importante que a população comunique a polícia após a resolução do caso.

Entre as adolescentes desaparecidas neste mês, em Paranaguá, estão Andrielly Clementino Pereira, de 14 anos, desaparecida no dia 16; Vitoria Liz Ferreira Silva, de 17 anos, desaparecida também no dia 16 de novembro; e Camilly Pinheiro Nunes, de 16 anos, desaparecida no dia 12 de novembro.

CONSELHO TUTELAR
De acordo com a presidente do Conselho Tutelar, Camila do Rocio Lacerda Correa, os casos de desaparecimento são encaminhados à delegacia para boletim de ocorrência.

“Depois que a criança ou adolescente é encontrado, o Conselho Tutelar pode dar as medidas protetivas e os devidos encaminhamentos para psicólogos, por exemplo. Isso acontece em Paranaguá mais com os adolescentes”, frisou.
NUCRIA
Para a delegada do Núcleo de Proteção a Criança e ao Adolescente (Nucria) de Paranaguá, Maria Nysa Moreira Nanni, muitos desses adolescentes abandonam seus lares por rebeldia ou por falta de diálogo e entendimento com os pais. Mas o cidadão que receber esse jovem está cometendo um crime previsto pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Alguns casos são solucionados no mesmo dia. No entanto, o que chama mais a atenção é a mudança de comportamento.

“Depende muito do histórico que é passado, que tem que ser verdadeiro. A gente vai fazendo pesquisas sobre as pessoas que tiveram contato com esse adolescente, os lugares que frequenta, imagens e, às vezes, conseguimos resolver o caso em menos de 24h, mas grande parte se desenrola por mais tempo”, disse a delegada.
O Nucria de Paranaguá realiza o trabalho inicial e, posteriormente, a investigação fica a cargo do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride) que atende os casos de todo o Estado do Paraná. “É óbvio que mantemos contato, coletamos declarações etc. Trata-se de uma busca bem difícil porque parte dos jovens desaparece só para a família, muitos vão embora porque querem. Em muitas circunstâncias, a pessoa se esquiva de ser encontrada”, explicou a delegada.

RELACIONAMENTO FAMILIAR
A melhor orientação aos pais nestes casos, segundo a delegada, é mais preventiva, o que exige a manutenção do diálogo aberto com os filhos.

“É importante conhecer os amigos, aqueles com os quais eles conversam nas redes sociais, precisam ter uma visão realista de quem é o filho. Muitas vezes, os jovens têm problemas em relação à orientação sexual, que a família não aceita, são vários fatores escondidos por medo de julgamentos, isso favorece esse tipo de situação”, atentou a delegada do Nucria.
Desta forma, o ideal no relacionamento entre pai e filho é haver acolhimento da família, mas também disciplina.

A quebra de rotina é o que deve servir de alarme aos pais. Não é preciso, por exemplo, esperar 24h do desaparecimento da criança ou do adolescente para comunicar a polícia.

“Isso é um mito, as pessoas assim que notarem isso devem levar todas as anotações que se lembrarem para a delegacia, todas as características que conseguir lembrar do desaparecido, quais os objetivos da pessoa ao sair de casa, se tem depressão ou não, tudo conta, tem que haver essas indicações para começarmos as pesquisas”, finalizou a delegada Maria Nysa.

Fonte: Folha do litorial 

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