A Polícia Civil de Ariquemes (RO), no Vale do Jamari, divulgou nesta quarta-feira (1°) que passou a tratar o caso da jovem grávida Taina Carina de Lima Mendonça como homicídio. Segundo as investigações, a jovem de 21 anos está desaparecida desde a última sexta-feira (27), quando saiu da residência onde mora, em Monte Negro (RO), para exigir que o ex-marido pagasse a pensão da filha e assumisse a paternidade do bebê que espera.
Conforme o delegado regional Rodrigo Duarte, diversas diligências foram realizadas acerca do caso e as investigações começaram a se aguçar na noite de terça-feira (31), mas até o momento ainda não se sabe o local onde a jovem está.
A Polícia Civil acredita que, devido ao período ultrapassado, é muito difícil que ela seja encontrada com vida, mas a hipótese também não está descartada.
“Nós já estamos basicamente com a hipótese de homicídio. Estamos programando diligências em áreas que se encontrariam corpos e não mais uma pessoa viva. Aguardamos mais outras duas diligências para tomar uma decisão mais drástica”, explica o delegado.
Segundo Duarte, por conta da falta de filmagens ou testemunhas oculares no momento em que a jovem desapareceu, as investigações estão sendo centralizadas em provas técnicas e periciais, o que gera um prazo maior para que os laudos sejam confeccionados.
Algumas perícias vão ser feitas e provavelmente na quinta-feira (2), teremos um resultado relacionado à perícia principal, que eu não posso infelizmente revelar do que se trata. Algumas testemunhas foram importantes para poder estabelecer a vida pregressa da Taina e também do ex-marido, mas a conclusão virá com as provas periciais e antes disso não adotaremos nenhum tipo de medida mais rigorosa”, revela.
Buscas pela jovem
Desde o último fim de semana, diversos familiares, amigos e moradores do município têm se concentrado na base da Polícia Militar (PM) de Monte Negro como forma de protesto para que as buscas não sejas cessadas pelos órgãos de segurança pública.
O comandante da PM no município, sargento Carlos Roberto da Silva, disse que desde o conhecimento dos fatos, todos estão empenhados no caso, mas algumas informações falsas atrapalharam as buscas realizadas pelas autoridades.
“Desde sexta-feira, com a ajuda dos bombeiros, Polícia Civil, juntamente com a população realizamos buscas, onde tivemos várias informações de que o corpo estaria em ‘lado a’ e ‘lado b’, mas foram informações infundadas, que queira ou não atrapalham um pouco”, comenta.
Família
A mãe da jovem, Maria das Graças Mendonça acredita que a filha vai ser encontrada com vida e, em meio a emoção, relata que há dias em que não consegue dormir por pensar em como e onde estaria Taina.
“Estou sentindo muita dor, desde sexta-feira que não consigo dormir e estou com muita esperança de encontrá-la. Acredito que ela esteja em um cativeiro presa, nem que ela reapareça debilitada, mas quero que ela apareça com vida porque ela não merece um fim desse. Espero que quenha tenha feito tudo isso que seja punido”, aclama.
Conforme os familiares, já ocorreram casos de outras pessoas desaparecidas no município que jamais foram encontradas e eles protestam pela falta de informações para que possam desvendar o que realmente aconteceu.
Caso
Taina Carina desapareceu no dia 27 de outubro deste ano, depois de dizer aos familiares que iria até a residência do ex-marido para exigir que ele pagasse a pensão da filha de cinco anos que eles tiveram e para que ele assumisse a paternidade do filho que ela espera. Segundo os familiares, a jovem de 21 anos alegava ser ameaçada de morte pelo ex-marido.
A jovem está no oitavo mês de gestação e estava com o parto programado para o próximo dia 14 de novembro.
Conforme a PM, a jovem foi procurar o ex-marido, que mora no sítio, mas havia ido à cidade. Depois disto ela não foi mais vista. Horas depois, a motoneta dela foi encontrada abandonada em uma estrada rural perto de Monte Negro.
Ao G1, a família da jovem contou que o suspeito dizia que ela teria “uma surpresa” antes do bebê nascer e fez ameaças.
O ex-marido foi detido no sábado (28) e apresentado Unidade Integrada de Segurança Pública de Ariquemes. Em depoimento ele afirmou não saber do paradeiro de Taina e foi liberado em seguida.
Fonte: G1