De acordo com a delegada responsável pelo setor de desaparecidos da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Silvia Virgínia Biagi Ferrari, vários são os motivos que levam uma criança ou adolescente a pensar em sair de casa, como por exemplo, constantes brigas no anseio familiar, falta de atenção dos pais, más amizades na escola e ainda o caminho fácil para ganhar dinheiro.
Com isso, a aflição e o desespero para encontrar o ente querido fazem com que a polícia seja o principal ponto de apoio para desvendar o caso.
Para ser ter uma ideia de como esses casos são pertinentes, a doutora explicou, que em um ano que tem 365 dias os policiais registraram mais de 710 casos de desaparecidos entre crianças e adultos. Este é o caso de 2016, que deste total, 612 foram concluídos com saldo positivo, ou seja, as pessoas foram encontradas com vida.
Já os casos que não foram solucionados, conforme a delegada explicou é porque os parentes não sabem justificar o motivo do ‘sumiço’, além do mais que os contatos deixados na lista de procura não batem com o nome do procurado.
Com relação a crianças, a delegacia afirma que são menos comum de ocorrer. No entanto, para nove meses, os dados são considerados para um Estado como Mato Grosso.
“Normalmente adolescentes e crianças que sai de casa tem o costume de pegar as coisas e partir para a casa do vizinho, amigos e namorados. A maioria das vezes isso acontece quando os filhos não aceitam a correção dos pais ou estão com namorados novos e desejam fugir”, afirmou.
Quando envolve casos de namoro e o companheiro é maior de idade, Silvia conta que a polícia orienta entregar mesmo com consentimento do menor o suspeito pode responder por corrupção.
“Os pais nunca devem agredir ou espancar os menores para não sair de casa, sendo que dependendo do caso pode ser registrado como agressão. O ideal é sempre orientar e ter uma conversa aberta porque sair de casa sem avisar alguém não é um crime, mas a delegacia analisa o que pode advir depois disso e para evitar qualquer situação é preciso ficar de olho”, finalizou.
Fonte: Folha Max