Nos municípios de Cuiabá e Várzea Grande, a delegada Sílvia Virgina Biagi Ferrari, do Núcleo de Pessoas Desaparecidas, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), confirmou que foram registrados nos sete primeiros meses do ano 480 desaparecimentos, destes 56 não foram localizados.
“O grande índice são de menores que fogem, na maioria das vezes são meninas. No geral, os desaparecimentos estão ligados a conflitos familiares, desencontros, também tem casos de mortes”, diz a delegada.
Os maiores desaparecimentos registrados neste ano no Estado são de homens jovens. Ao todo foram mais de 680 homens desaparecidos e mais de 460 mulheres. O maior número de desaparecimentos está na faixa etária entre 12 e 17 anos, foram 369 homens e 385 mulheres. Em seguida estão os desaparecimentos de pessoas entre 35 a 64 anos, com 239 homens e 273 mulheres, seguido de pessoas entre 18 a 24 anos, 125 homens e 144 mulheres.
De janeiro a dezembro do ano passado foram registrados 1.860 desaparecimentos. Os homens estão entre os maiores registros e a maioria dos desaparecimentos são de jovens. Ao todo foram 1.011 desaparecidos e as mulheres concentram 849. Grande parcela dos registros foram do público entre 12 a 17 anos, totalizando 677 desaparecidos, sendo 192 meninos e 485 meninas. O público entre 35 a 64 anos contabiliza 452 desaparecimentos, sendo 328 homens e 124 mulheres. E em seguida aparece o público entre 18 a 24 anos com 235 desaparecimentos, 151 homens e 84 mulheres.
A orientação segundo a delegada Sílvia Virgina é que as pessoas entre em contato com o Núcleo de Desaparecidos pelo núcleo (65) 3901-4823 ou pelos celulares, que inclusive dispõe de WhatshApp (65) 99982-7766 (núcleo) e (65) 99971-7976 (plantão). A dica é que no caso de familiares desaparecidos não precisa esperar às 24 horas, logo que perceba o desaparecimento e a mudança de rotina tome as providências necessárias. A delegada frisa que as primeiras horas são essenciais principalmente em relação às pistas.
Sem respostas – Apesar de muitos casos terem final feliz, com a volta do desaparecido para a casa, outros não tem a mesma sorte. Famílias aguardam ansiosas na esperança da volta do ente querido. Um dos casos prestes a completar um ano de desaparecimento é da jovem Mariane Cristina Santana de Almeida. A cabeleireira sumiu no dia 28 de agosto do ano passado após sair da igreja. Ela foi vista pela última vez entrando num carro branco, desde então à família não tem pistas do paradeiro da jovem.
Quanto ao caso específico a delegada Sílvia Virginia confirma que o inquérito segue, mas sem pistas. “Nestes casos muitos fatores prejudicam. Um deles é que muitas pessoas sabem do paradeiro e não denunciam por medo de aparecer. Por isso reafirmamos que a informação é sigilosa e o nome não será divulgado”, afirma a delegada.
Fonte : Diário de Cuiabá