Após três meses de buscas, as duas meninas que desapareceram depois que os pais foram achados mortos em um matagal, na cidade de Pedrão, a cerca de 130 km de Salvador, ainda não foram encontradas. Na manhã desta sexta-feira (28), familiares e amigos das crianças fizeram uma manifestação, na capital baiana, para pedir agilidade nas investigações.
"É só olhar para a gente, para a situação que a gente está vivendo, para saber a dor. Só essa dúvida da gente não saber se está viva, se está morta, se está sofrendo, se estão maltratando, se está em cativeiro. Está doendo. Cada dia que passa fica pior", disse a avó paterna das meninas, Maria Lúcia dos Santos.
Com faixas e cartazes, o grupo percorreu as ruas do bairro de Valéria, onde a família do pai da menina mora. Este é o segundo protesto que os familaires e amigos das crianças fazem. A Polícia Civil investiga o caso e ainda não tem notícias sobre o paradeiro de Sofia Lima, de 1 ano, e Luna Moreira, de 5 anos.
O avô paterno das crianças, Roberto Luís, que chegou a oferecer R$ 5 mil como recompensa para quem encontrasse as meninas ou desse alguma informação que levasse ao paradeiro delas, estava na caminhada e também cobrou uma solução. "São crianças que são inocentes. Não tá aqui se falando de pai ou de mãe. Tá se falando das duas crianças . Eu sei que tem inteligência na polícia para desvendar isso aí. Eu quero minhas netas", disse.
"Eu tenho esperança e eu creio que nós vamos encontrar essas crianças, em nome de Jesus", desabafou a tia das meninas, Aline Conceição.
Juliana Conceição e Robinson Gomes, pais das crianças desaparecidas, e um homem identificado como Danilo Luis Araújo Souza, foram achados mortos, na zona rural de Pedrão, no dia 29 de abril. Os corpos de Danilo e Juliana tinham marcas de tiros e foram achados dentro de um carro que havia sido alugado no dia anterior, na cidade de Santo Antônio de Jesus, no recôncavo da Bahia.
Já Robinson Luis Gomes, que era companheiro de Juliana, foi achado morto, também com marcas de tiros e na mesma localidade, mas fora do veículo. Além dos corpos, foram localizados dentro do carro três armas.
Familiares relataram à polícia que as meninas estavam com os pais no carro, no momento do crime, mas a informação não foi confirmada pela Polícia Civil. Também não há detalhes sobre a autoria e motivação do assassinato dos pais das duas meninas.
Segundo a polícia, Robinson era suspeito de tráfico de drogas e atuava em Valéria, em Salvador. A polícia não soube informar se Robinson já havia sido preso por tráfico, mas divulgou que ele seria o alvo do ataque. Ainda conforme a polícia, Juliana também tinha envolvimento com o grupo criminoso, mas a atuação não foi detalhada.
Fonte: G1 Bahia