A iniciativa pretende sensibilizar e alertar a população sobre esse tipo de crime. O qual leva à prática de outros como exploração sexual, tráfico de órgãos, adoção ilegal, por exemplo. Só que a polícia não consegue resolver muitos casos, segundo o chefe da Delegacia de Defesa à Instituição, Belmiro Araújo, porque as famílias não denunciam. Em sua opinião, o motivo é o medo de retaliação. Mas o chefe de comunicação da Polícia Rodoviária Federal, Cristiano Mendonça, esclaresceu que não é preciso. A denúncia pode ser feita de maneira anônima pelo Disque 100 ou 180. Em casos flagrados nas redovias federais, pode ligar para o 191. Com a mobilização e a divulgação dessas informações, a polícia espera que haja mais queixas e, consequentemente, mais casos solucionados.
Mas além de buscar apoio da comunidade para remediar o problema, o Coração Azul pretende também previnir. O delegado Belmiro Araújo explicou que, por exemplo, é importante que os pais tenham cuidado ao lidar com agências que oferecem supostas oportunidades de carreira de modelo e jogador. "É preciso ter cautela e analisar a procedência dessas empresas que prometem emprego no exterior", pontou. E, na mesma perspectiva, é o que prevê a ação do empulseiramento das crianças nas praias - onde o índice de desaparecimento é mais alto, segundo a coordenadora do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas da SDS, Jeane Aguiar.
A dona de casa e mãe de Wesley e Warley, Valquíria Francisca Rodrigues, por exemplo, tem o costume de levar as crianças à Praia de Boa Viagem nos fins de semana. Ela, embora afirme que não vai deixar de ficar de olho e vigilante com as crianças, diz que já se sente mais segura. "Eu nem deixo eles entrarem sozinhos no mar e mando ficar sempre por perto", confessou. "Se eles estão com a pulseira de identificação, pelo menos meu coração fica menos aflito", completou. Valquíria e os dois garotos gostaram da ideia e participaram do evento no Parque da Jaqueira junto com a SDS; as políciais Federal e Rodoviária Federal; o Departamento de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA); a Secretaria Executiva de Direitos Humanos da Prefeitura do Recife; a ONG Rede Um Grito pela Vida das Crianças e a Legião da Boa Vontade (LBV).
Fonte: Diário do Pernambuco