Mais 63 mil vítimas de tráfico de humano foram identificadas em 106 países e territórios entre 2012 e 2014, de acordo com o relatório apresentado, quarta-feira, pelo Gabinete das Nações Unidas para Drogas e Crime (UNODC).
Um número baixo se se tiver em conta que a Organização Internacional do Trabalho estima que existem 21 milhões de pessoas que são vítimas de tráfico.
Em 2014 o maior número de vítimas de tráfico humano, 71% do total, eram mulheres.
“As mulheres são usadas principalmente na exploração sexual, 72% das mulheres são destinadas à exploração sexual, mas há também 20% que são exploradas em trabalho forçado,” revelou a chefe da unidade responsável pelo Relatório Global sobre Tráfico Humano, Kristina Kangaspunta.
O relatório enfatiza a ligação entre grupos armados e o tráfico de pessoas e como obrigam mulheres e meninas ao casamento ou escravidão sexual.
“Um dos elementos deste genocídio (cometido pelo Estado Islâmico contra os Yazidis) foi a escravização sistemática das mulheres, meninas e crianças Yazidi. Mais de 6 mil foram escravizadas e reduzidas a objectos através de um sistema de abusos onde os membros do Estado Islâmico tratavam as mulheres Yazidi como uma ferramenta que só servia para os seus desejos doentios,” afirmou a yazidi ativista dos direitos humanos, Nadia Murad.
Homens e meninos são frequentemente sujeitos a trabalhos forçados no setor mineiro, como carregadores, mas também são usados como soldados ou escravos.
Enquanto globalmente, em média, 1/3 das vítimas são crianças, em regiões como a África Subsaariana, América Central e Caraíbas, chegam a representar mais de 60% das vítimas.
De acordo com a Europol, o tráfico humano é negócio extremamente lucrativo para o crime organizado, que arrecadou aproximadamente 6 mil milhões de euros apenas com o tráfico de migrantes em 2016.
Fonte: Euronews