“Em primeiro lugar, é bom falar sobre o risco dessas correções estéticas em clínicas de fundo de quintal, na Venezuela ou no Brasil. Quando algo dá errado – e pode dar errado – a pessoa morre porque não tem uma UTI por perto, não tem uma emergência ressuscitadora. O aliciamento para isso faz parte de um crime, e se aproveita da supervalorização da estética para explorar as pessoas que, por falta de recursos, não poderiam recorrer a uma clínica de cirurgia plástica. Aliás, aqui no Brasil, é uma especialidade exercida por uma maioria de profissionais que não têm a residência de três anos em cirurgia plástica.
A Polícia Federal vai investigar para saber se em necrotério da Venezuela é hábito retirar as vísceras dos corpos que vão ser transportados para outro país. O crime de tráfico de órgãos é cercado de muitas lendas e é preciso considerar que para a retirada de um órgão destinado a transplante é necessário um centro cirúrgico, e seguir protocolos rígidos para que o órgão possa ser utilizado. Não é algo que possa ser feito assim de qualquer jeito.”
Fonte: G1