Segundo Ricardo Paiva, o Santíssimo Padre sinalizou de forma positiva à proposta. “O Pontífice concordou: se necessita. Tratemos agora de colher milhões de assinaturas para sensibilizar. O problema do desaparecimento de crianças e adolescentes deve ser entendido como prioridade não apenas pelas famílias que vivem este drama, mas por todos”, disse.
O integrante da Comissão do CFM ressaltou os números alarmantes: a cada dois minutos, uma criança é dada como desaparecida, na Europa. Mais da metade dos casos correspondeu a casos de fugas. Só no Brasil, são 50 mil registros por ano. “São crianças que acabam terminado vítimas de tráfico humano, escravidão, inclusive sexual, e subtração de órgãos para transplante”, apontou Paiva.
Ricardo Paiva ainda entregou documento do CFM onde afirma que as Nações Unidas precisam urgentemente de uma ação estratégica permanente que permita à sociedade avançar no combate a esta mazela. “Não se fala de esforços onerosos ou complexos. Medidas simples ajudariam a reduzir a incidência de desaparecimentos de crianças e adolescentes. Um exemplo seria a garantia de que todo recém-nascido tivesse sua certidão de nascimento expedida na própria maternidade e, aos dois anos, seu registro de identidade expedido nos postos de vacinação. Para auxiliar na busca, a numeração destas Carteiras de Identidade deveria ter caráter nacional, nos diversos países”.
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Declaração - No dia 25 de maio, data que se celebra o Dia Internacional das Crianças Desaparecidas, o Papa Francisco recordou que “é um dever de todos proteger as crianças, sobretudo aquelas expostas a um elevado risco de exploração, tráfico e condutas desviantes”.
O Pontífice concluiu seu apelo convidando todos os fieis à oração, para que a cada criança seja restituído o afeto de seus familiares. “Faço votos de que as autoridades civis e religiosas possam despertar e sensibilizar as consciências, para evitar a indiferença diante da vulnerabilidade de crianças sós, exploradas e afastadas de suas famílias e de seu contexto social, crianças que não podem crescer serenamente e olhar com esperança para o futuro”, disse Francisco.
Desde 2011, o Conselho Federal de Medicina (CFM), em parceria com outras importantes instituições, como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a International Association of Medical Regulatory Authorities (IAMRA) e a Confederação Médica Latino-Iberoamericana e do Caribe (Confemel), tem buscado estimular o debate para a criação de políticas públicas que tratem dessa questão. Campanhas, reuniões e atos públicos foram desenvolvidos a fim de chamar atenção da população e das autoridades para esse drama que afeta milhares. Uma das iniciativas foi a criação do site www.criancasdesaparecidas.org no Brasil.
Fonte: CFM