Segundo o estudo elaborado pela Europol, que contou também com a participação da Interpol, a quase totalidade dos migrantes e refugiados (90%) que deram entrada em 2015 no velho continente foram ajudados por redes criminosas. O tráfico humano na Europa revela-se um esquema multidimensional em que estão envolvidos indivíduos de mais de 100 países.
O relatório alerta ainda que os traficantes aproveitam-se do facto de os migrantes e refugiados estarem mais vulneráveis a exploração laboral ou sexual.
“Está descrito aqui o grande papel desempenhado por redes de crime organizado na crise dos migrantes e transmite uma mensagem clara à União Europeua e aos seus Estados-membros: que temos de combater estas redes nos termos mais fortes”, afirmou o diretor da Interpol, Rob Wainwright.
A Europol defende que a crise dos refugiados não pode ser resolvida pelas autoridades e políticos de uma só região, realçando que é um problema comum à Europa. “Esta análise conjunta alargada servirá de base para ações conjuntas com um alvo e significado na Europa e à volta do mundo”, disse por sua vez o secretário-geral da Interpol, Jürgen Stock.
Em novembro, o governo turco e a Comissão Europeia concluíram um acordo que prevê uma ajuda no montante de 3 mil milhões de euros à Turquia, que se comprometeue em melhorar o controlo fronteiriço e o combate às redes de traficantes de migrantes, além de receber de volta os migrantes que entram ilegalmente nas ilhas gregas.